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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Educações. . .

Dentre os teóricos que estudam educação, há um que me recordo bem: o Carlos Rodrigues Brandão. Ele diz que não existe educação, mas educações, à medida que ela existe para formar tipos de sujeitos que atendam ao interesse da sociedade, além do fato de que educação não se restringe a esfera escolar, ela se dá na convivência familiar, na igreja, entre amigos, onde há troca de saberes, valores éticos, morais, culturais etc. está havendo um processo educativo.
Temos a escola que está a serviço do Estado, perpetuando os ideários e atendendo às vontades dos que estão no poder, ainda que, por vezes, encontramos em sala de aula uma prática libertadora, a instituição escolar em si trabalha com a educação formal e, essa, cumpre o papel de formar trabalhadores para sustentar a máquina do capital, sendo que, somente aqueles que não são alienados conseguem transceder e lutar contra a exploração do homem pelo homem, utilizando o conhecimento como arma.
No entanto, o educar não é uma função exclusiva da escola, ao menos, não deve ser. Tomando como ponto de partida o que disse no parágrafo supracitado, a instituição escolar é responsável pelo modelo de educação formal, enquanto a família, por aquela aprendizagem possível por meio das vivências, na qual o professor é o pai, a mãe, os irmãos, etc.. Sabendo disso, a família poderia se preocupar um pouco mais com a educação de nossas crianças, uma vez que, é em seu seio que o infante inicia o processo educativo. No âmago familiar que a criança começa a adquirir os valores necessários à sua formação humana, aprender aquilo que a ajudará a se tornar uma cidadã participativa em sua sociedade, repleta de valores morais úteis para a transformação social.
Se formos analisar nosso contexto atual, concluiremos que alguém não estã fazendo seu papel de forma correta no que tange a educação de nossas crianças, pois, o que vemos são adolescentes e jovens se envolvendo cada vez mais cedo com as drogas, participando de ações ilícitas, se enveredando por um caminho, que dificilmente, tem volta. Talvez, o erro seja conjunto: família e escola. E, se pensarmos bem, a responsabilidade se estende aos governantes, autoridades, sociedade civil, todos nós.
Dizemos que eles são o futuro, mas, não pensamos em nada que modifique um presente cada vez mais sem perspectivas, esperança, que os convida às drogas, à criminalidade, à violência. O discurso da sociedade brasileira não tem coincidido com a prática. Faz-se necessário um refletir coletivo, uma ação conjunta em prol do resgate de nossa juventude. E, não se enganem, a educação é a arma mais poderosa que dispomos nessa guerra. Só que, é preciso que a educação formal e a familiar se unam, ou seja, família e escola trabalhem unidas, com objetivos comuns voltados para o resgate dos valores éticos e morais, cada vez mais soterrados pelo tempo. Urge que façamos nossos alunos pensarem no próximo, compreenderem o sentido real de palavras como cidadania, solicitude, gentileza, compaixão, respeito, paz, direitos, deveres, ou seja, a aplicabilidade e importância das mesmas.

FONTE: Jornal Alerta. Teixeira de Freitas, ano 23, n. 1114. p. 02, 29 ago. 2010.

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