Desde as últimas mudanças na grade curricular de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, o colegiado já se manifestava com grande preocupação de como seria aproveitada a carga horária de 90h da disciplina Tópicos Especiais de Educação na Contemporaneidade.
Entre várias reuniões, foi destacada a necessidade da turma do 4º semestre em aprimorar o exercício da leitura e escrita, visto que a turma já demonstrava deficiência em trabalhos textuais.
Para a missão nos foi designado, a professora Maria Mavanier Assis Siquara que com grande competência e uma voz que não nos deixa adormecer nos alertou sobre a preocupação dos outros professores sobre a nossa escrita, evidenciando que muitos de nós poderíamos ser vítimas da educação precária na nossa formação.
Nesta ocasião nos induziu a um processo de reflexão sobre o projeto pedagógico de pedagogia e os tópicos especiais inseridos nele, que nos levaria a construção ‘do ser pedagogo’. Esta reflexão possibilitou repensar a educação e como preparar para ser um profissional da educação.
Diante deste desafio, apresentou-nos trabalhos textuais que tinham como autores professores da nossa universidade. A cada análise uma descoberta e a certeza de que tínhamos muito mais a aprender e praticar de acordo com a estrutura acadêmica.
Comparando a produção acadêmica como um artesanato de escrita a professora nos mostrou que somo capazes de realizar este feito. No caso de resumos, artigos, relatório de pesquisas, a produção acadêmica tem uma estrutura clássica organizada por: introdução, progressão (desenvolvimento) e conclusão. O tema esta na idéia núcleo, e a estrutura seguem com estratégias utilizadas pelo autor feitas por indagações afirmações e etc. A progressão seria o encadeamento dessas estratégias como o tempo, as experiências vivenciadas e outros. Já a conclusão pode ser aberto, solto, de acordo como é tecido o seu caminho.
Além de analisarmos textos já publicados, nos foi cedida o trabalho acadêmico de duas colegas de turma, a qual analisamos e com a colaboração da professora elas puderam ajustar o trabalho de forma que pudesse ser visto como uma produção acadêmica.
A elaboração desta pesquisa consiste não só apenas de retomar o contexto das aulas ou para esclarecimento de dúvidas permite também o desenvolvimento da habilidade de escrever, ato imprescindível para objetivar o pensamento. Como nos confirma Benincá:
[...] a memória, considerada como elemento educativo na formação do professor. O ato de pensar e escrever sobre a experiência vivida na sala de aula, numa reunião pedagógica, numa situação de lazer com os alunos, tem segundo a definição que assumimos uma função terapêutica que permite ao professor se apropriar da experiência vivida de moda a elucidar ações e reações, encontrar saídas, ordenar o vivido e redimensionar a ação futura. (2004b, p. 66).
Aos poucos vimos o quanto era possível aprimorar e aproximar a oralidade das condições de produção no perfil entendido do espaço acadêmico, logo é necessário como nos sugeriu a professora que façamos leituras de outras publicações, como resumos, relatórios, artigos e paper e colocarmos em prática, para realmente exercer a atividade da escrita de forma adequada ao espaço acadêmico. Segundo Demo, isso “significa habituar o aluno a ter iniciativa, em termos de procurar livros, textos, fontes, dados, informações. Visa-se superar a regra comum de receber as coisas prontas...” (1997, p.21)
Hoje estamos mais familiarizados e com as ferramentas nas mãos para assim começarmos a tecer a escrita acadêmica que deixou de ser algo distante de nós, mãos a obra e que saibamos tecer, tecer, tecer...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENINCÁ, Elli et al. A memória como elemento educativo. In: MÜHL, Eldon Henrique.
Demo, Pedro. “Educar pela Pesquisa”. Campinas, SP: Autores Associados, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário