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terça-feira, 18 de outubro de 2011

MECANISMO DE DEFESA


Repressão
A repressão é o esquecimento ou a negação inconsciente de detalhes significativos do comportamento, detalhe que são incompatíveis com o auto-retrato que estamos tentando manter. Na repressão há um bloqueio na consciência dos conflitos geradores de ansiedade ou de distúrbios na motivação. Eles são submersos no inconsciente.
Negação                                                                                                   
Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e se vê obrigado a prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
Projeção                                                                                                                    
 Às vezes as pessoas se recriminam ou se sentem mal por terem certos pensamentos ou impulsos. Podem atribuí-los então a alguém, projetando nessa pessoa os seus próprios sentimentos. Isso fica muito claro com relação a impulsos poderosos, como o sexo e a agressão. Ex: Um gerente que sempre chega atrasado no trabalho reclama ao superintendente geral que seu funcionário nunca chega pontualmente.
Racionalização                                                                                                            
 A racionalização é utilizada nas mais diferentes situações, quer envolvendo frustração quer envolvendo culpa. Ocorre pelo uso da razão na explicação de estados “deformados” da consciência. O racional é usado para explicar o irracional, tomadas de posições sem sentido.
Quando as pessoas fazem coisas que não deviam, é comum sentirem culpa, e ao invés de admitirem a razão real de seu comportamento, preferem com freqüência racionalizar inventando razões plausíveis para o seu ato. Ex: Um funcionário tira dinheiro do caixa e é pego, fala que estava precisando muito e que no próximo mês devolveria todo o valor.
 
Formação Reativa
Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações reativas são desenvolvidas, em primeiro lugar, na infância. As crianças, assim como incontáveis adultos, tornam-se conscientes da excitação sexual que não pode ser satisfeita, evocam conseqüentemente forças psíquicas opostas a fim de suprimirem efetivamente este desprazer. Para essa supressão elas costumam construir barreiras mentais contrárias ao verdadeiro sentimento sexual, como por exemplo, a repugnância, a vergonha e a moralidade.                                                                             Não só a idéia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto-reprovação que poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si próprios também são excluídas da consciência.
 
Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação Reativa podem prejudicar os relacionamentos sociais. As principais características reveladoras de Formação Reativa são seu excesso, sua rigidez e sua extravagância. O impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado.                                                             Através da Formação Reativa, alguns pais são incapazes de admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a superproteção é, na verdade, uma forma de punição. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formação Reativa tratando-a com formalidade exagerada: "não é querida..." A Formação Reativa oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de uma pessoa responder a eventos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se relativamente inflexível.
ISOLAMENTO
É um processo psíquico típico da neurose obsessiva, que consiste em isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligações com os outros pensamentos, ou com o autoconhecimento, ficam absolutamente interrompidas, já que foram (os pensamentos, os comportamentos), completamente excluídos do consciente.
 
Entre os processos de isolamento, citemos as pausas no decurso do pensamento, fórmulas, rituais, e,de um modo geral, todas as medidas que permitem estabelecer um hiato na sucessão temporal dos pensamentos ou dos atos.
 
Certos doentes defendem-se contra uma idéia, uma impressão, uma ação, isolando-as do contexto por uma pausa durante a qual “…nada mais tem direito a produzir-se, nada é qualificada de mágica por Freud; aproxima-a do processo normal de concentração no sujeito que procura não deixar que o seu pensamento se afaste do seu objeto atual.
 
O isolamento manifesta-se em diversos sintomas obsessivos; nós o vemos particularmente em ação no tratamento, onde a diretriz da associação livre, por lhe se oposta, coloca-o em evidência (sujeitos que separam radicalmente a sua análise da sua vida, ou determinada seqüência de idéias do conjunto da sessão, ou determinada representação do seu contexto ideoafetivo).
 
Freud reduz, em última análise, a tendência para o isolamento a um modo arcaico de defesa contra a pulsão, a interdição de tocar, uma vez que “… o contato corporal é a finalidade imediata do investimento de objeto, quer o agressivo quer o terno”.
 
Nesta perspectiva, o isolamento surge como “… uma supressão da possibilidade de contato, um meio de subtrair uma coisa ao contato; do mesmo modo, quando o neurótico isola uma impressão ou uma atividade por pausa, dá-nos simbolicamente a entender que não permitirá que os pensamentos que lhes dizem respeito entrem em contato associativo com outros”.
 
Na realidade, pensamos que seria interessante reservar o termo isolamento para designar um processo específico de defesa que vai da compulsão a uma atitude sistemática e concentrada, e que consiste numa ruptura das conexões associativas de um pensamento ou de uma ação, especialmente com o que os precede e os segue no tempo.
Deslocamento                                                                                                             
Este mecanismo está relacionado à sublimação e consiste em desviar o impulso de sua expressão direta. Nesse caso, o impulso não muda de forma, mas é deslocado de seu alvo original para outro. Ex: Ao ser despedido de uma empresa, um funcionário leal sente raiva e hostilidade pela forma como foi tratado, mas usualmente tem dificuldade de expressar seus sentimentos de forma direta.
Sublimação                                                                                                                   
É o mecanismo de defesa mais aprovado pela sociedade. Quando temos um impulso que não podemos expressar diretamente, reprimimos a sua forma original, e o deixamos emergir sob uma feição que não perturbe a outrem ou a nós próprios. Geralmente usamos a sublimação para expressar motivos indesejáveis sendo que, como a maioria dos outros mecanismos de defesa, ela opera inconscientemente mantendo-nos desconhecedores dos motivos indesejáveis.
Quando um impulso primitivo é inaceitável para o ego, é modificado de forma a se tornar socialmente aceitável, isso é sublimação.

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